Ibovespa recua com realização de lucros e fecha aos 117 mil pontos


O principal índice do mercado de ações brasileiro caiu 0,61%, aos 117.523 pontos. Ibovespa opera em alta
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O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, não conseguiu sustentar o tom positivo da abertura e fechou em queda nesta terça-feira (27).
O movimento reflete mais uma realização de lucros do índice e vem mesmo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) indicar um possível corte da taxa básica de juros (Selic) em agosto.
Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial do país, também ficaram no radar.
Ao final do pregão, o índice recuou 0,61%, aos 117.523 pontos. Na mínima, chegou aos 116.561 pontos. Veja mais cotações.
Na véspera, o Ibovespa fechou em baixa de 0,62%, aos 118.243 pontos. Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular:
queda de 1,22% na semana;
altas de 8,48% no mês e de 7,10% no ano.
No mercado cambial, o dólar subiu 0,68%, cotada a R$ 4,7986.

O que está mexendo com os mercados?
Depois de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano na última semana e emitir um comunicado com um tom mais duro, o BC informou nesta terça, por meio de sua ata, que a continuidade da queda da inflação pode levar a um corte nos juros já em agosto.
“A avaliação predominante [entre os integrantes do Copom] foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso [bem gradual ]de inflexão [corte dos juros] na próxima reunião [marcada para o início de agosto]”, diz o documento.
De acordo com o Copom, no entanto, uma minoria dos integrantes do colegiado ainda estão mais cautelosos, avaliando que a dinâmica de queda da inflação “ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto [capacidade de a economia crescer sem gerar inflação] gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário [alta dos juros] até então implementado”.
Outro destaque na agenda do dia ficou com a divulgação do IPCA-15 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre a segunda quinzena de maio e a primeira metade de junho, o indicador desacelerou a 0,04%, acima das expectativas do mercado. No acumulado em 12 meses. o indicador tem alta de 3,40%.
Seis dos nove grupos que compõem o IPCA-15 tiveram alta no mês, com destaque para Habitação, que avançou 0,96%, puxado pelo aumento nos preços de taxas de água e esgoto e nas tarifas de energia elétrica.
Em contrapartida, o grupo de Transportes foi o que apresentou a maior queda, de 0,55%, influenciado pela redução de 3,40% nos preços da gasolina naquele período.
No exterior, as atenções seguem voltadas aos dados econômicos mais fracos em diversos países, que indicam que o mundo pode estar perto de uma recessão global.
Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a zona do euro vive um novo período de inflação persistente. Segundo ela, o que inicialmente foi uma inflação transitória, impulsionada pelos altos preços de combustíveis e energia, agora já se infiltrou em toda a economia e pode demorar para ir embora.
“É improvável que em um futuro próximo o banco central possa afirmar com total confiança que o pico das taxas foi atingido”, afirmou Lagarde no Fórum do BCE sobre Bancos Centrais em Sintra, Portugal.
Com isso, as expectativas são de que o BCE continue com seu ciclo de aperto monetário, subindo os juros, o que pode desacelerar ainda mais a atividade econômica.
Nos Estados Unidos, alguns indicadores importantes serão divulgados até o fim da semana e o mercado também acompanha os possíveis sinais de uma recessão.

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