Santander tem lucro de R$ 2,3 bilhões, alta de 7,9% no trimestre e queda de 43,5% em 12 meses


Resultado veio em linha com as projeções dos analistas consultados pelo Valor, que apontavam um ganho de R$ 2,390 bilhões. Fachada de agência do Santander
Divulgação
O Santander Brasil obteve lucro recorrente de R$ 2,309 bilhões no segundo trimestre, o que representa alta de 7,9% ante o trimestre imediatamente anterior e baixa de 43,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado veio em linha com as projeções dos analistas consultados pelo Valor, que apontavam um ganho de R$ 2,390 bilhões.
O lucro societário do Santander ficou em R$ 2,147 bilhões entre abril e junho, com alta de 4,1% no trimestre e queda de 46,0% em um ano.
“Começamos a sentir os efeitos positivos da maior seletividade de crédito aplicada a partir do fim do quarto trimestre de 2021. Observamos melhora da PDD e do indicador de inadimplência de curto prazo nesse trimestre, evidenciando a qualidade das safras novas, o que permite viés de melhora do custo de crédito ao longo de 2023 e capacidade de retomada de crescimento”, disse o presidente do banco, Mario Leão.
O terceiro maior banco privado do país em ativos contabilizou margem financeira bruta de R$ 13,579 bilhões no segundo trimestre, com alta de 3,3% ante o trimestre anterior e 6,3% em relação ao segundo trimestre de 2022.
As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) ficaram em R$ 5,980 bilhões, com queda de 11,6% ante o trimestre anterior e alta de 4,1% em relação ao segundo trimestre de 2022.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias atingiram R$ 4,810 bilhões, com alta de 2,4% no trimestre e queda de 1,5% em 12 meses. Já as despesas gerais totalizaram R$ 5,973 bilhões, com alta de 1,0% no trimestre e de 10,0% em 12 meses.
O retorno sobre o patrimônio (ROE) – excluindo ágio – ficou em 11,2% no segundo trimestre, ante 10,6% no primeiro trimestre e 20,8% no segundo trimestre do ano passado. O índice de Basileia ficou em 13,5%, de 13,8% e 14,2%, na mesma base de comparação.
Margem financeira e com clientes
O Santander Brasil informou que sua margem financeira bruta foi de R$ 13,579 bilhões no segundo trimestre, com alta de 3,3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e 6,3% ante o mesmo período do ano passado.
A margem com clientes foi de R$ 14,422 bilhões, com alta de 0,7% na comparação trimestral e 0,9% em 12 meses. Dentro dessa linha, a margem com produtos subiu 1,4% no trimestre e 0,2% em um ano, a R$ 13,580 bilhões. O spread foi de 9,9%, de 10,1% no primeiro trimestre e 11,5% no segundo trimestre de 2022.
Já a margem de operações com o mercado ficou negativa em R$ 843 milhões, ante um saldo negativo de R$ 1,170 bilhão no primeiro trimestre e também negativo em R$ 1,513 bilhão no segundo trimestre do ano passado.
Segundo o Santander, a margem com clientes foi influenciada principalmente por maiores volumes. Para o banco, no ano a linha teve um “bom desempenho da margem de captações, influenciada por maiores volumes e spreads que acompanharam o movimento de alta de juros”. “A margem de crédito foi impactada pela nossa estratégia de seletividade e mudança no mix, com foco em produtos com garantias, resultando em queda nos spreads”.
Já o resultado com o mercado foi impactado pela “conhecida sensibilidade negativa a movimentos de alta da curva de juros”, diz o banco. O Santander ressalta, no entanto, que houve evolução relevante no trimestre, reforçando o viés de melhora gradual no ano.
Provisões
O Santander informou que suas despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) somaram R$ 5,980 bilhões no segundo trimestre, com queda de 11,6% ante o trimestre imediatamente anterior e alta de 4,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O resultado líquido de R$ 5,980 bilhões no trimestre é fruto de despesas de R$ 7,162 bilhões mais um ganho de R$ 1,182 bilhão com recuperação de créditos que haviam sido baixados a prejuízo.
Segundo o banco, o desempenho ante o primeiro trimestre foi beneficiado pelo melhor comportamento das novas safras, já a alta em um ano é justificada principalmente pela deterioração da qualidade dos ativos no segmento de pessoa física.
O custo de crédito do banco ficou em 4,5% no segundo trimestre, de 4,5% no primerio trimestre e 3,3% no segundo trimestre de 2022. O índice de cobertura caiu para 214%, de 244% e 224%, respectivamente.
Carteira de crédito
O Santander encerrou junho com R$ 499,298 bilhões na carteira de crédito. O saldo caiu 0,2% ao longo do segundo trimestre e cresceu 6,6% na comparação com junho do ano passado. Descontado o efeito da variação cambial, haveria alta de 0,3% no trimestre.
No resultado societário a carteira atingiu R$ 499,520 bilhões, também com queda de 0,2% no trimestre e alta de 6,6% em um ano.
Segundo o banco, a carteira foi impactada principalmente pela em grandes empresas, devido a menor demanda e reabertura do mercado de capitais. Nesse segmento, o portfólio totalizou R$ 139,725 bilhões no fim de junho, apontando baixa de 1,4% em relação a março e alta de 9,7% frente a junho do ano passado.
O saldo de operações com pequenas e médias empresas estava em R$ 62,955 bilhões no fim do segundo trimestre, alta de 0,3% em relação a março e de 6,6% na comparação com junho do ano passado.
A carteira de pessoas físicas, que é a mais relevante para o Santander, cresceu 0,2% no trimestre e 6,5% em 12 meses, para R$ 229,104 bilhões no fim de junho. Os maiores destaques foram as linhas de leasing/veículos (alta anual de 12,9%, a R$ 4,936 bilhões), consignado (alta de 13,1%, a R$ 62,702 bilhões) e crédito rural (alta de 7,0%, a R$ 9,630 bilhões).
O financiamento ao consumo cresceu 0,6% em relação a março e de 0,9% na comparação com junho do ano passado, totalizando R$ 67,515 bilhões.
Entre as pessoas jurídicas, a linha de repasses subiu 21,0% na comparação anual (R$ 11,328 bilhões); seguida de comércio exterior, com alta de 16,6% (R$ 42,956 bilhões); e crédito imobilário, com expansão de 13,1% (R$ 2,094 bilhões).
A carteira de crédito ampliada, que inclui outras operações com risco de crédito e avais e fianças, atingiu R$ 617,215 bilhões, incremento de 10,6% em 12 meses. Em relação a março, avançou 2,0%.
Receitas de tarifas
O Santander Brasil informou que suas receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 4,810 bilhões no segundo trimestre, com alta de 2,4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior e queda de 1,5% ante o mesmo período do ano anterior.
A principal linha de receita é de cartões, que subiu 1,5% na margem, chegando a R$ 1,371 bilhão. Na sequência, receitas de conta corrente cresceram 0,8%, a R$ 1,002 bilhão. E a receita de seguros aumentou 5,1%, a R$ 795 milhões.
No âmbito das despesas gerais, o Santander registrou R$ 5,973 bilhões de abril a junho, com alta de 1,0% no trimestre e de 10,0% em 12 meses. Foram R$ 3,209 bilhões em gastos administrativos (alta de 2,4% em três meses e 5,5% em um ano) e R$ 2,765 bilhões em despesas com pessoal (queda de 0,5% e alta de 15,7%, na mesma base de comparação).
O Santander terminou junho com 55.171 funcionários, uma alta de 1.615 empregados sobre março e 3.122 na comparação com junho de 2022. O número de agências ficou em 1.636, com queda de 51 no trimestre e 102 em 12 meses.
O índice de eficiência do banco – quanto menor, melhor – ficou em 42,9% no segundo trimestre, de 40,8% no primeiro e 33,9% no segundo trimestre do ano passado.

Bookmark the permalink.