Em meio a recorde de passageiros, Viracopos tem queda de 13,4% em fluxo de cargas no 1º quadrimestre


Terminal de cargas de aeroporto em Campinas movimentou 98,5 mil t de produtos de janeiro a abril, contra 113,8 mil mil nos quatro primeiros meses de 2022. Confira explicações e evolução. Terminal de cargas no Aeroporto de Viracopos, em Campinas
Aeroportos Brasil Viracopos
Em meio ao recorde de 4,1 milhões de passageiros no primeiro quadrimestre de 2023, o Aeroporto Internacional de Viracopos fechou o período com queda de 13,4% na movimentação de cargas, no comparativo com o mesmo período de 2022, segundo estatísticas da concessionária do terminal.
A estrutura em Campinas (SP), chamada de TECA, é a maior deste tipo no país e a Aeroportos Brasil Viracopos associa a diminuição aos resultados de mercados globais. Veja abaixo detalhes.
Além disso, a concessionária admite sem apresentar detalhes que “há algum reflexo na arrecadação do aeroporto”, mas com a ressalva de que ele está na faixa projetada no orçamento para este ano.
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Variações
O aeroporto contabilizou 98,5 mil toneladas de produtos em fluxos domésticos e de importação e exportação de janeiro a abril, enquanto no ano anterior o total foi de 113,8 mil toneladas. Em todos os meses deste ano os resultados do aeroporto foram inferiores aos de períodos equivalentes de 2022.
Por outro lado, considerando-se as cargas courier – remessas internacionais de documentos ou encomendas transportadas ou liberadas sob regime aduaneiro específico – houve alta de 3,2% no período avaliado: foram 2.161 toneladas de janeiro a abril do ano passado, e 2.232 neste ano.
Em 2022, o aeroporto já havia fechado o exercício com baixas de 2% no total de cargas movimentadas em relação ao ano de 2021, quando houve um recorde anual desde o início da gestão integral realizada pela iniciativa privada, a partir de 2013. O resultado interrompeu uma série positiva desde 2019.
Relatório sobre o setor e análise
Em 7 de março, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) divulgou um comunicado sobre resultados dos mercados globais no mês de janeiro onde destacou que a demanda por carga aérea diminuiu em meio a um contexto marcado por adversidades econômicas.
A demanda de operações internacionais, diz o texto, caiu 14,9% no mesmo comparativo com janeiro de 2022, enquanto a capacidade de transporte – tonelada de carga por km – aumentou 3,9%.
Entre fatores indicados como possíveis explicações dos resultados estão incertezas que influenciam na economia, como a Guerra na Ucrânia e a inflação em alguns países. Além disso, a associação destacou que o mercado global de mercadorias baixou 3% em dezembro, e a demanda por produtos manufaturados das duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, “está estabilizando”.
O documento sinalizou que as transportadoras da Europa tiveram o pior desempenho entre todas as regiões no quesito redução do volume de cargas, em 19%, e que ocorreram baixas também nas áreas do Oriente Médio, Ásia-Pacífico, África e América do Norte. A única exceção está atrelada às companhias da América Latina, que tiveram melhor desempenho comparativo, com alta de 4,6%.
O economista da PUC-Campinas Roberto Brito de Carvalho, destacou que o mercado de cargas depende do ritmo de atividade econômica. “Ele foi marcado por desaceleração em diversos segmentos, o que tem inibido compras e vendas. Há um volume menor em circulação.”
O que diz a concessionária?
Além de admitir impacto na arrecadação e mencionar o relatório da Iata, a Aeroportos Brasil Viracopos mencionou trabalho contínuo para criar novos serviços logísticos e atrair novos negócios para o terminal de cargas, uma das estruturas mais relevantes do país para o comércio exterior.
“Entre os novos serviços criados está o LTL [Less Than Truckload], um serviço logístico de transporte rodoviário de carga fracionada que oferece comodidade, custo reduzido, previsibilidade e rastreabilidade da carga”, informa nota da concessionária do terminal. Atualmente, Viracopos responde por aproximadamente 40% do volume de produtos importados no Brasil por meio de modal aéreo.
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