Ministro disse que almoçou nesta quinta com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e que foi discutida a ‘oportunidade de resolver esse mês’ a questão das metas de inflação. Pelas regras, a meta de 2026 tem de ser fixada até junho, e os objetivos de 2024 e 2025 podem ser revistos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (1) que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, com expansão de 1,9% sobre os três últimos meses do ano passado, confirmam as previsões da área econômica do governo de que a economia brasileira terá uma expansão acima de 2% em 2023 fechado.
Ele disse, ainda, que o atual cenário da economia, com a inflação desacelerando e juros futuros do mercado recuando, com indicações de sustentabilidade das contas públicas, abrem uma janela de oportunidade para redução da taxa básica de juros pelo Banco Central. Haddad não disse, porém, quando essa “oportunidade” poderia ser aproveitada.
“Para manter a economia gerando emprego, a gente precisa tomar cuidado com 2024 e não…. e ter clareza de que temos aí uma oportunidade muito boa, pois a inflação está vindo controlada, juro futuro caindo bastante sensivelmente, o que abre uma janela de oportunidade importante para a política monetária [redução da taxa de juros]”, declarou o ministro Haddad.
Segundo o ministro Haddad, a equipe do Ministério da Fazenda continuará focando no “esforço fiscal”, ou seja, na melhoria das contas públicas, para garantir os resultados do novo marco fiscal.
Pelas regras do arcabouço fiscal, que está sendo avaliado pelo Congresso Nacional em substituição ao teto de gastos, um crescimento maior da arrecadação abre espaço para mais despesas no ano que vem.
“Então tudo isso vai se combinando virtuosamente para que possamos entrar em um ciclo de desenvolvimento sustentado”, concluiu Haddad.
Almoço com Campos Neto
Haddad afirmou, ainda, que almoçou nesta quinta-feira com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Questionado se o corte de juros poderia vir próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre nos dias 20 e 21 de junho, ele disse que sua opinião sobre o assunto é conhecida. O ministro tem defendido publicamente cortes nos juros.
“Mantemos o dialogo permanente com o BC. Agora mesmo vim de um almoço com o Roberto Campos, conversamos longamente sobre o cenário econômico de 2023, 2024 e 2025. Estamos trocando impressões o tempo todo, técnicas, minha equipe e a dele, para que possamos convergir cada vez mais os propósitos do BC e da Fazenda na mesma direção”, se limitou a dizer.
Ele disse, ainda, que Campos Neto não pode dar uma sinalização sobre as decisões, pois elas são tomadas em colegiado (pela diretoria do BC). “Ele é um membro. Embora seja o presidente, ele é um voto em nove. E tem todo um protocolo que tem de ser respeitado. Ele não pode antecipar nem pra mim nem pra ninguém”, declarou.
A taxa básica de juros, atualmente, está em 13,75% ao ano, o maior nível em seis anos e meio. Os juros têm sido alvo constante de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que atenta para o seu efeito sobre o emprego no país.
Em busca do atingimento das metas de inflação, o BC tem informado em seus comunicados que o processo de redução da inflação “demanda serenidade e paciência na condução da política monetária [definição dos juros]”.
Haddad disse ainda que conversou com Campos Neto sobre a “oportunidade de resolver esse mês essa questão” das metas de inflação.
A meta de inflação de 2026 tem de ser fixada até o final deste mês de junho pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Fazenda, do Planejamento e pelo presidente do Banco Central. As metas de 2024 e de 2025, já determinadas, também podem ser alteradas.
Haddad vê alta do PIB acima de 2% nesse ano e ‘janela de oportunidade importante’ para corte de juros
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