A moeda norte-americana subiu 0,68%, vendida a R$ 4,7986. Dólar opera em queda
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O dólar fechou em alta nesta terça-feira (27). Investidores repercutiram a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) e a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado a prévia da inflação oficial do país.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana avançou 0,68%, cotada a R$ 4,7986. Na máxima, atingiu os R$ 4,8065. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar teve leve baixa de 0,24%, aos R$ 4,7661. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
alta de 0,44% na semana;
quedas de 5,41% no mês e de 9,08% no ano.
No mercado acionário, o Ibovespa recuou 0,61% e fechou aos 117.523 pontos.
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O que está mexendo com os mercados?
Depois de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano na última semana e emitir um comunicado com um tom mais duro, o BC informou nesta terça, por meio de sua ata, que a continuidade da queda da inflação pode levar a um corte nos juros já em agosto.
“A avaliação predominante [entre os integrantes do Copom] foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso [bem gradual ]de inflexão [corte dos juros] na próxima reunião [marcada para o início de agosto]”, diz o documento.
De acordo com o Copom, no entanto, uma minoria dos integrantes do colegiado ainda estão mais cautelosos, avaliando que a dinâmica de queda da inflação “ainda reflete o recuo de componentes mais voláteis e que a incerteza sobre o hiato do produto [capacidade de a economia crescer sem gerar inflação] gera dúvida sobre o impacto do aperto monetário [alta dos juros] até então implementado”.
Outro destaque na agenda do dia ficou com a divulgação do IPCA-15 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre a segunda quinzena de maio e a primeira metade de junho, o indicador desacelerou a 0,04%, de uma alta de 0,51% no mês imediatamente anterior. No acumulado em 12 meses. o indicador tem alta de 3,40%.
Apesar da desaceleração, o dado veio levemente acima das expectativas do mercado, que previa uma alta marginal de 0,01% para o indicador em junho, segundo o BTG Pactual.
Seis dos nove grupos que compõem o IPCA-15 tiveram alta no mês, com destaque para Habitação, que avançou 0,96%, puxado pelo aumento nos preços de taxas de água e esgoto e nas tarifas de energia elétrica.
Em contrapartida, o grupo de Transportes foi o que apresentou a maior queda, de 0,55%, influenciado pela redução de 3,40% nos preços da gasolina naquele período.
No exterior, as atenções seguem voltadas aos dados econômicos mais fracos em diversos países, que indicam que o mundo pode estar perto de uma recessão global.
Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a zona do euro vive um novo período de inflação persistente. Segundo ela, o que inicialmente foi uma inflação transitória, impulsionada pelos altos preços de combustíveis e energia, agora já se infiltrou em toda a economia e pode demorar para ir embora.
“É improvável que em um futuro próximo o banco central possa afirmar com total confiança que o pico das taxas foi atingido”, afirmou Lagarde no Fórum do BCE sobre Bancos Centrais em Sintra, Portugal.
Com isso, as expectativas são de que o BCE continue com seu ciclo de aperto monetário, subindo os juros, o que pode desacelerar ainda mais a atividade econômica.
Nos Estados Unidos, alguns indicadores importantes serão divulgados até o fim da semana e o mercado também acompanha os possíveis sinais de uma recessão.