‘Informalidade é muito nociva’, diz Flávia Oliveira sobre aumento do emprego sem carteira assinada


Números do IBGE apontam para queda de 8% no desemprego, mas ocupações formais seguem estáveis. Flávia Oliveira analisa queda do desemprego no Brasil.
TV Globo/Reprodução
A taxa de desemprego no Brasil foi de 8% no trimestre móvel terminado em junho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o melhor resultado para a taxa de desemprego neste trimestre desde 2014 (6,9%).

De acordo com a comentarista Flávia Oliveira, da GloboNews, a queda representa um alívio efetivo na situação das famílias, mas não é uma estabilidade desejável, já que está baseada em novos empregos informais.
“A informalidade é muito nociva, seja para as condições da família, seja para a economia. Se você tem um trabalho informal e não tenha garantia a rendas ou benefícios no caso de ser demitido ou adoecer, vive flertando com a vulnerabilidade”, explica Flávia.
Ela lembra que na pandemia de Covid-19, o Brasil sofreu com a informalidade e fragilidade do mercado de trabalho. “Com o confinamento e a paralisação da economia, não tivemos uma rede de proteção para alcançar essas pessoas da renda flexível e informal. Daí a necessidade do Auxílio Emergencial”, fala.
Segundo a comentarista, é preciso diferenciar os empregos de boa e má qualidade.
“Um bom mercado de trabalho gera ocupações formais, pois são estáveis. Geralmente com salário maior e com todos os benefícios, como Fundo de Garantia, férias, décimo terceiro e seguro-desemprego, se vier uma onda ruim”, argumenta.
Já o trabalho de má qualidade está na informalidade e autonomia sem CNPF. “O que estamos vivendo neste momento é um mercado que gera emprego, mas não com carteira assinada”.
Para Flávia Oliveira, a boa notícia pode começar a surgir a partir com a queda na taxa de juros, com as empresas se sentindo mais seguras para contratar com carteira assinada e abrir vagas de maior qualidade.
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Números do IBGE

São 785 mil pessoas a menos no contingente de desocupados, comparado o último trimestre do ano passado. Em relação ao mesmo período de 2022, o recuo é de 14,2%, ou 1,4 milhão de trabalhadores.
Já o total de pessoas ocupadas cresceu 1,1% contra o trimestre anterior, passando para 98,9 milhões de brasileiros. Na comparação anual, houve crescimento de 0,7%, somando 641 mil pessoas ao grupo.

A pesquisa mostra que o contingente de empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada subiu 2,4% na comparação trimestral, chegando a 13,1 milhões de pessoas. Houve estabilidade na comparação anual.
O tipo de vínculo que se destaca como responsável pelo crescimento da ocupação vem de um dos segmentos da informalidade, que é o emprego sem carteira assinada.
Beringuy explica que todos os subgrupos de trabalhadores sem carteira tiveram aumento no trimestre, com demanda maior no setor privado, de trabalhadores domésticos e de prestadores de serviços para famílias como destaques.
Já o grupo de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou estável no trimestre. São 36,8 milhões de pessoas, com aumento de 2,8% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

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