Em dia de Copom, Haddad diz que dá para baixar juros e que indicações à diretoria do BC saem nesta semana


Comitê de Política Monetária, responsável por definir patamar da taxa Selic, se reúne nesta terça (2) e quarta (3). Mercado prevê que índice permanecerá em 13,75% ao ano, maior nível em seis anos e meio. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista a jornalistas
TV Globo/Reprodução
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (2) que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central já poderia iniciar o processo de corte dos juros básicos da economia nesta semana. Questionado por jornalistas se já seria viável baixar a taxa Selic, ele respondeu: “Dá, né”.
O Copom, formado pela diretoria e pelo presidente do BC, é responsável definir a taxa básica de juros da economia. O colegiado se encontra nesta terça-feira (2), em reunião que vai até a noite de quarta (3), para definir o índice. A decisão será anunciada após o fim do encontro.
A projeção dos economistas do mercado financeiro é de uma nova manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos e meio. Também representa a maior taxa real do mundo.
Em meio a esse contexto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue disparando fortes críticas ao patamar da taxa Selic, por conta do impacto no nível de atividade e de emprego.
A taxa de juros é o principal instrumento do Banco Central para coordenar a política monetária do país. Quando os juros sobem, o empréstimo fica mais caro e a economia “esfria”, o que ajuda a controlar a inflação – mas, como consequência, reduz a expansão da renda e do emprego.
Chefiado por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o Banco Central possui autonomia operacional para definir a política monetária.
Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.
Diretoria do Banco Central
O ministro Haddad também afirmou a jornalistas que saem nesta semana as primeiras indicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à diretoria do Banco Central.
Os mandatos de dois diretores do Banco Central (BC) terminaram em fevereiro, e caberá a Lula, segundo a lei que fixou autonomia à instituição, decidir se reconduz os gestores aos cargos ou se escolhe novos integrantes. Há indicações de que novos nomes serão indicados.
Os diretores que devem deixar os cargos são:
Bruno Serra Fernandes, diretor de Política Monetária
Paulo Souza, diretor de Fiscalização
Nesta terça-feira, o BC informou que, por motivo de falecimento de familiar em primeiro grau, a diretora de Administração, Carolina de Assis Barros, não participará das sessões do Copom nesta semana.
Até o fim do mandato, o presidente Lula ainda terá direito a decidir se reconduz ou se troca mais sete diretores, incluindo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. São eles:
Fernanda Guardado, diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, com mandato até 31 de dezembro 2023
Maurício Costa de Moura, diretora de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta, com mandato até 31 de dezembro 2023
Carolina de Assis Barros, diretora de Administração, com mandato até 31 de dezembro 2024
Otávio Damaso, diretor de Regulação, com mandato até 31 de dezembro 2024
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, com mandato até 31 de dezembro 2024
Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, com mandato até 31 de dezembro de 2025
Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, com mandato até 31 de dezembro de 2025
Campos Neto, por exemplo, já afirmou diversas vezes que não tem a intenção de permanecer no BC para um novo mandato.

Bookmark the permalink.