Dólar fecha em baixa, com arcabouço fiscal e juros dos EUA em foco


A moeda norte-americana caiu 0,35%, cotada a R$ 5,0409. Notas de dólar
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O dólar fechou a sessão desta segunda-feira (24). Investidores ficaram de olho no início do percurso do arcabouço fiscal no Congresso Nacional e seguem atentos a eventuais sinais sobre os juros nos Estados Unidos, com divulgação de novos dados econômicos previstos pra esta semana.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,35%, cotada a R$ 5,0409. Veja mais cotações.
Na quinta-feira, o dólar fechou em queda 0,54%, cotada a R$ 5,0584. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
Queda de 0,35% na semana;
Recuo de 0,56% no mês;
Baixa de 4,49% no ano.
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‘Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%’, diz Lula sobre juros no Brasil
O que está mexendo com os mercados?
A semana começa com investidores de olho no início de tramitação do arcabouço fiscal brasileiro, proposta que vai substituir o teto de gastos no controle das contas públicas.
O texto final da proposta foi entregue pelo governo federal ao Congresso Nacional na última terça-feira (18). O mercado aguarda agora a recepção das medidas e possíveis ajustes por parte dos deputados e senadores.
No fim de semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez novos comentários sobre o arcabouço fiscal e seu potencial de redução dos juros nesta sexta-feira (21), em evento em Londres.
Ele afirmou que o Congresso Nacional pode fazer alguns reparos no texto do arcabouço, mas que o projeto está na “direção certa” e que é preciso melhorar a comunicação para tranquilizar os mercados e balizar as expectativas econômicas. Campos Neto disse ainda que o texto final do arcabouço, se aprovado, tem critérios realistas de manejo das contas públicas, e elimina o “risco de cauda” de explosão da dívida pública.
“A gente precisa avançar e explicar melhor para que isso consiga permear através dos mercados, para que a expectativa de inflação melhore e para que abra espaço para a gente fazer o nosso trabalho de queda de juros”, disse Campos Neto.
Ainda assim, as falas do presidente do BC, sinalizando que pode não haver uma queda dos juros no curto prazo, aumentaram a pressão no governo por uma saída fiscal para tentar fomentar o crescimento do PIB.
Segundo o blog da Julia Duailibi, Lula está cobrando integrantes do governo que busquem alternativas que possam compensar o nível alto das taxas de juros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sido praticamente uma voz isolada ao defender a harmonia entre o fiscal e a política monetária.
Nesta segunda, em Portugal, Lula voltou a criticar publicamente o patamar atual da taxa básica de juros da economia brasileira.
“Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato”, declarou Lula em um fórum com investidores em Matosinhos, no país europeu.
“E a verdade é que um país capitalista precisa de dinheiro, e esse dinheiro tem que circular. Não na mão de poucos, mas na mão de todos”, prosseguiu.
No boletim Focus, os economistas do mercado financeiro elevaram novamente a estimativa de inflação deste ano, de 6,01% para 6,04%. Foi a quarta alta seguida na expectativa de inflação desse ano. Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro ficou estável em 4,18% na semana passada.
Para o crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro subiu de 0,90% para 0,96% na última semana. Já para 2024, a previsão de crescimento subiu de 1,40% para 1,41%.
Já no exterior, o destaque fica com os resultados das grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos, bem como pistas da trajetória de juros no país, com a divulgação de novos dados econômicos nesta semana.
Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam com ganhos mínimos na sexta-feira, após resultados trimestrais mistos, com os investidores avaliando como dados econômicos conflitantes podem influenciar as taxas de juros e antecipando uma semana cheia de relatórios corporativos. Já nesta segunda-feira, os índices de Wall Street fecharam mistos.
Uma pesquisa mostrou na sexta que a atividade empresarial dos EUA acelerou para o nível mais alto em 11 meses em abril, tornando ainda mais incertas as perspectivas para a política monetária do Federal Reserve depois que dados no início da semana indicaram um enfraquecimento da economia.
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