Haddad indica que Petrobras deve reduzir mais preço dos combustíveis em julho para compensar alta de impostos

Ministro da Fazenda participou de audiência pública na Câmara dos Deputados. Ele também sinalizou que o mesmo procedimento deve ser feito com o diesel, cuja desoneração vale até o fim desse ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou nesta quarta-feira (17) que a Petrobras, estatal controlada pela União, pode reduzir ainda mais os preços dos combustíveis para compensar o aumento dos tributos federais previstos para julho.
“Com o aumento [de tributos] previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração”, declarou o ministro da Fazenda.
A declaração do ministro foi dada em reunião conjunta nas comissões de Desenvolvimento Econômico; Finanças e Tributação; Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
Em fevereiro, o governo anunciou a volta dos impostos federais sobre gasolina e álcool.
Na ocasião, foi feita uma “reoneração” parcial, ao mesmo tempo em que foi instituído um imposto sobre exportação de óleo cru – este com validade de quatro meses.
Ao fim desse período, no começo de julho, haverá um novo aumento dos tributos sobre gasolina e álcool.
O que o ministro Haddad está dizendo é que há previsão de corte do preço dos combustíveis, pela Petrobras, para evitar um aumento dos combustíveis nas bombas, aos consumidores – por conta do aumento da tributação previsto.
De acordo com ele, essa redução prevista para julho, na gasolina e no álcool pela Petrobras, estaria em linha com os preços internacionais.
“A Petrobras deixou claro que obviamente vai olhar o preço internacional. Não tem como escapar disso porque ela importa. Ela pode, em uma situação mais favorável como agora em que o preço do petróleo caiu, mas que o preço do dólar caiu, combinar os dois fatores e reonerar sem impacto na bomba”, declarou Haddad.
Ele também sinalizou que o mesmo procedimento deve ser feito com o diesel, cuja desoneração vale até o fim desse ano. “E tudo bem, como vai acontecer com o diesel no final do ano. Já deixou uma gordura para computar a reoneração”, acrescentou.
Nesta terça-feira, a Petrobras anunciou uma nova política para os combustíveis, que considerará usa duas referências de mercado:
o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação”, e
o “valor marginal para a Petrobras”.
Após o anúncio da nova política, a estatal anunciou mais uma redução do preço do diesel e da gasolina para as distribuidoras. A medida passa a valer a partir desta quarta-feira (17).
Em audiência na Câmara dos Deputados, Haddad disse, ainda, que não acredita em combate à inflação por meio da redução de tributos. “Não estou dizendo que não possa em um momento ou outro não possa fazer isso”, ponderou.
Ele citou as perdas dos estados com a desoneração do ICMS sobre combustíveis, que foram compensadas pelo governo federal em acordo fechado em março deste ano, no valor de R$ 26,9 bilhões. Os valores serão abatidos das dívidas dos estados com a União. Os estados que não têm débitos receberão aportes de recursos

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