Pulitzer 2023: veja os vencedores do prêmio mais prestigiado do jornalismo nos Estados Unidos


Ganhadores foram anunciados nesta segunda-feira (8). Entre os destaques, estão trabalhos sobre a guerra na Ucrânia. 9 de março de 2022: Funcionários de emergência ucranianos e policiais retiram Iryna Kalinina, uma grávida ferida, de uma maternidade
Evgeniy Maloletka/AP
Os vencedores do Prêmio Pulitzer 2023 foram anunciados na tarde desta segunda-feira (8), nos Estados Unidos. Entre as 15 categorias de jornalismo, foram premiados trabalhos que retrataram a guerra na Ucrânia, casos de racismo e as políticas de imigração dos EUA durante o governo de Donald Trump.
Distribuído pela Universidade de Colúmbia, o Pulitzer é considerado a premiação de maior prestígio no jornalismo dos Estados Unidos. Confira abaixo os ganhadores de cada categoria:
Serviço público:
Associated Press
Por uma reportagem sobre a cidade de Mariupol, na Ucrânia. A publicação testemunhou o massacre de civis na invasão do país pela Rússia.
Reportagem de última hora (breaking news)
Equipe do Los Angeles Times
Pela revelação de uma conversa (gravada) entre funcionários públicos da cidade de Los Angeles – e que incluía comentários racistas. O conteúdo foi seguido por uma cobertura mais profunda sobre as questões raciais que afetam a política local.
Reportagem Investigativa
Equipe do The Wall Street Journal
Por relatar conflitos de interesses financeiros entre funcionários de 50 agências federais. A publicação revelou a compra e venda de ações pelos próprios reguladores, além de violações éticas de pessoas encarregadas de proteger o interesse público.
Reportagem explicativa
Caitlin Dickerson, do The Atlantic
Por detalhar a política do governo de Donald Trump que, segundo publicações, separou à força as crianças migrantes de seus pais, resultando em abusos que persistiram sob o atual governo.
Reportagens locais
Anna Wolfe, do Mississippi Today
Por revelar como um ex-governador do Mississippi usou seu cargo para direcionar milhões de dólares em benefício de sua família e de seus amigos, incluindo o ex-jogador de futebol americano Brett Favre.
John Archibald, Ashley Remkus, Ramsey Archibald e Challen Stephens, da AL.com
Por uma série de reportagens que expõe como a força policial da cidade de Brookside atacava os residentes para aumentar sua receita. A cobertura levou à renúncia do chefe de polícia, além de quatro novas leis e uma auditoria estadual.
Reportagem Nacional
Caroline Kitchener, do The Washington Post
Por reportagem que abordou as consequências do caso “Roe contra Wade” (briga judicial sobre liberdade individual de mulheres grávidas, ocorrida em 1973). A publicação inclui a história de uma adolescente do Texas que deu à luz gêmeos depois que novas restrições a impediram de fazer um aborto.
Reportagem Internacional
Equipe do The New York Times
Pela cobertura da invasão da Ucrânia pela Rússia, incluindo uma investigação de oito meses sobre as mortes de ucranianos na cidade de Bucha e a unidade russa responsável pelos assassinatos.
Reportagem Especial
Eli Saslow, do The Washington Post
Por trazer narrativas individuais sobre pessoas que lutam contra a pandemia, falta de moradia, vício e desigualdade – e que formam coletivamente um retrato observado na América contemporânea.
Comentário
Kyle Whitmire, do AL.com
Por colunas que documentam como a herança confederada do estado do Alabama, nos EUA, ainda colore os tempos atuais com racismo e exclusão. As histórias são contadas por meio de passeios por sua primeira capital, suas mansões e monumentos – e pela história que foi omitida.
Crítica
Andrea Long Chu, da revista New York
Por resenhas de livros que examinam autores e suas obras, usando múltiplas lentes culturais, com foco em tópicos sociais.
Redação Editorial
Nancy Ancrum, Amy Driscoll, Luisa Yanez, Isadora Rangel e Lauren Costantino, do Miami Herald
Por uma série de editoriais sobre o fracasso dos funcionários públicos da Flórida em fornecer serviços financiados pelos contribuintes.
Reportagens e comentários ilustrados
Mona Chalabi, colaboradora do The New York Times
Por ilustrações que combinam relatórios estatísticos e análises aguçadas sobre a riqueza e o poder econômico do fundador da Amazon, Jeff Bezos.
Fotografia de última hora
Equipe de fotografia da Associated Press
Por captar imagens das primeiras semanas de invasão da Ucrânia pela Rússia – incluindo a devastação de Mariupol após a saída de outras agências de notícias –, além de imagens das vítimas e do povo ucraniano que conseguiu fugir.
VEJA AS FOTOS DA GUERRA DA UCRÂNIA QUE VENCERAM O PULITZER
16 de abril de 2022: na periferia de Kiev, mulher de 70 anos chora perto de caixão de filho dela que tinha 48
Rodrigo Abd/AP
Fotografia de destaque
Christina House, do Los Angeles Times
Por fotografias de uma mulher grávida, de 22 anos, que mora na rua, em uma barraca. As imagens mostram vulnerabilidade emocional da jovem, enquanto ela luta para criar seu filho.
Reportagem de áudio
Funcionários da Gimlet Media, com destaque para Connie Walker
Pela investigação sobre o passado conturbado de seu pai, que acabou revelando uma grande história de abuso de centenas de crianças indígenas em uma escola no Canadá. O caso inclui outros membros da família de Walker.
Livros, Drama e Música
Também foram anunciados os vencedores do Pulitzer 2023 nas seguintes categorias:
Ficção: Demon Copperhead, de Barbara Kingsolver (Harper)
Drama: Inglês, de Sanaz Toossi
História: Freedom’s Dominion: A Saga of White Resistance to Federal Power, de Jefferson Cowie
Biografia: G-Man: J. Edgar Hoover e a Criação do Século Americano, de Beverly Gage (Viking)
Memória ou autobiografia: Stay True, de Hua Hsu
Poesia: Then the War: And Selected Poems, 2007-2020, de Carl Phillips (Farrar, Straus and Giroux)
Não-ficção geral: Seu nome é George Floyd: a vida de um homem e a luta pela justiça racial, de Robert Samuels e Toluse Olorunnipa (Viking)
Quais conteúdos podem ser inscritos no Pulitzer?
Para inscrição de trabalho jornalístico, a exigência é que o conteúdo tenha sido veiculado em um jornal, revista ou site de notícias dos EUA que tenha publicação regular.
Já para prêmios de livros, drama e música, apenas cidadãos norte-americanos podem se candidatar. A exceção é a categoria “história”, na qual o autor pode ser de qualquer nacionalidade, desde que o livro trate especificamente da história dos Estados Unidos.
Mais sobre os Prêmios Pulitzer
Os prêmios anuais, distribuídos desde 1917, foram estabelecidos no testamento do influente editor de jornais Joseph Pulitzer, que morreu em 1911.
Após sua morte, ele deixou recursos para fundar uma escola de jornalismo na Universidade de Columbia e estabelecer a premiação.
São 15 categorias em reportagem, escrita e fotografia, além de sete prêmios em literatura, teatro e música.
Um conselho composto principalmente por editores sêniores de publicações da imprensa norte-americana e acadêmicos decide o processo que determina os vencedores.

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